quarta-feira, 1 de junho de 2016

Sóis da manhã




Tão frustrada poderia ser
A alma que perde o sentido da busca
As justificativas, razões, explicações
O não audível, o intocável
Quando nos cercamos de murmurações

Mas quando os sóis nos visitam
Na manhã fria
Lembramos porque deixamos
Seguranças, possibilidades
Conforto de outra via

Quando paramos além da pressa
Percebemos que estavam ali
Àqueles corações 
Cheios de vida
Possibilidades
Além das rotulações

Se derramam na atenção
De quem por ter acessível informação
São quistos como preenchidos
Tão sozinhos, tão vazios
São aqueles sóis 
Meninos

Expostos a um mundo sem sentido
Sem autoridade amorosa
Abraço
Caminho
Querem o Amor e nem sabem
Andam por trilhos 
Por um fio

Sóis da manhã
Que no meu cansaço
Limites
Aquecem o meu frágil
Devolvem o peso leve da cruz
Me fazem sair do instável
Desetruturam o estável

É que coração consagrado
Não nasceu para ser conformado
É tais sóis em si
Não podem permanecer
Apagados
Precisam do óleo que porto
Mesmo escondido 
Na lamparina da inconstância
É óleo sagrado

Sóis e óleo
Amor que só explode
Quando inflamado...

Nenhum comentário: