sábado, 2 de abril de 2016

Coração nas ruas

Onde descansa, àquele que vaga?
Onde se inquieta, se esconde, se cala?
Se ainda sentenciado
Está o que não foi em pleno amado?

Quem lhe perscruta as entranhas?
Seus gritos d’alma?
Dubiedades?
Quem conhece-lhe
Até as infâmias?
... E ainda assim lhe é capaz
De amar sem mais
Sem trocas, sem atrás
Que faz o atrás ser jaz?
Quem ama assim
E mais
Mais?

A face ferida no espelho
O cômodo que vem e
Sorrateiro
Deforma-lhe o sorriso

Faz o bem parecer condenador
Enquanto a face do amor
Lhe parece um caminho
Sofredor
Perdedor

Sim, Ele se fez perdedor

Para tornar a mesma face
Reflexo de amor

Amor que não busca andor
Amor indigente
Pé ferido
Mendigo amor

Que de jardim é flor
De sol, ardor
Da rua, passo, caminho e dor
Que se estende no chão
Sem flor
Esperando
Sempre Amor.


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