quinta-feira, 30 de abril de 2015

Letra à vela

É que por vezes não evidencio à escrita
O que está descrito em meu interior,
Mas como esquecer-me das letras
Se todas as manhãs elas me tomam nos traços do reflexo
Lembrando-me quem sou e a quem devo refletir?
As coisas sufocam as letras, às tornam secundárias
Quando adentramos o campo das obrigações, o despretensioso
torna-se longínquo
Quando tudo é cansaço, o leve torna-se penoso.

Saudade da letra despretensiosa
De se amar a espontaneidade das coisas
Não uma vontade desalmada, que se recosta sobre momentos
Mas crer se na providência dos instantes
Por vezes, nossa humanidade, ferida de ativismos não quer dar tempo às letras
Mas vão dentro de nós se entroncando, formando montes de saudade
Represando as criatividades, no vício de acúmulos que também nos tomam

Mas vivas são as letras ‘almadas’
Dádivas tão leves, que libertam das imposições
Como o amor que livre vão, eleva e leva
Assim são as letras, que singram, navegam
Se horizontam para onde o Vento as liberta mais e mais...

Saudade de navegar além das margens...

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