terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O homem de duas almas


Ele marcha sem sentir os passos, pois desconhece a direção
Um peito cheio de dúvidas, tão preenchido de incertezas, quanto vazio de decisões,
E medo... Pois nunca de seus lábios foi proferido um sim constante...
De suas mãos, nenhum sinal de súplica, pois o movimento retido o acompanha há décadas....
Não se lembra da naturalidade de sua infância, de um olhar desinteressado,
Acostumou-se com o titubear das intenções, ao impor de condições
Até que algo o questiona: Onde está tua alma?
Ao buscar-te o alma. Nada encontra, pois não a detém


Não uma, mas duas almas nele habitara
E de tanto, nada tem, pois a inconstância o roubou de cada uma
Tantas vias, nenhum sentido
Nenhuma pertença, nem nada que o pertença.
Até perceber que é escolha, que cabe a ele  zelar por sua inteireza,
Pedir sabedoria ao que não lhe impõe condições
Além do firme,
Da direção,
Da via,
Mas daí não cabem cacos de alma no caminho,
Não se escolhe por ter passos, mas por saber que eles levam
para além da escolha...
E assim, ele não terá, mas será.  

“Se a alguém de vós falta sabedoria, peça-a a Deus, que a concede generosamente a todos, sem impor condições; e ela lhe será dada”.
“O homem de duas almas é inconstante em todos os seus caminhos”.
(Tg 1, 5.8)

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