quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Para perder

Deixei lágrimas em um tau de madeira,
Em um aeroporto paulista,
No ombro de alguns amigos
No colo de minha mãe
em um avião português
em um travesseiro francês,
no chão de uma Basílica italiana,
ao lado de túmulo de um Padre santo italiano,
ao lado do túmulo de um Beato polonês,
sobre um cartão húngaro,
Numa sala de cinema,
No ponto final de uma conversa,
Na melodia da canção,
No fim da apresentação que surgiu de alguns segredos meus,
Diante de uma tela ao ler um Verso,
Dentro de um Carmelo francês,
No manto de uma Mulher,
Quando vi as costas de muitos que amava,
Quando vi braços abertos dos que permaneceram,
Ou apareceram, ou voltaram...
Diante de um Pão vivo,
Do Pobre que reconstruiu,
Da velinha que se findava,
Do livro que me lia,
Deixei sorrisos numa sala de amigos,
A voz numa sala de aula na periferia de São Paulo,
Numa igreja fria no sul da França
Deixei o silêncio num quintal de casa Presbiterial,
Folhas amontoadas também,
Olhares pela janela de um trem da Normandia,
Da janela do transporte de contrastes,
Ganhei conselhos e orações, 
Nãos em ouvidos,
sims sobre vontades, 
calos no jardim de meu pai,
Deixei palavras sobre corações,
sonhos numa gaveta,
Em outras inúmeras,
A vontade nas mãos de uma Pessoa,
Mas recebi...
a certeza ...
de que terei muito mais...

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