terça-feira, 13 de novembro de 2012

Não levas nada...


É, deserto... mais uma vez a menina te encontrou,
Agora com olhos mais amadurecidos, pois tu não pareces mais a novidade, a surpresa, o inesperado...
Ela conhece tua aridez, os reflexos do teu desgastante e severo solo, 
mas não há mais temor...
Ela soube ceifar entre lágrimas, ainda que o chão árido de agora não evidencie nem a semente,
Descobriu que sofrer em movimento é nobre, é ir lavrando com tais lágrimas os caminhos de alguém...
Não tente assustá-la com teu escaldar das esperanças, ou congelar no véu de noite escura  seus sonhos,
Pois é criatura, necessária passagem, vereda para um contemplar de algo que o excede,
Hoje, é necessário que sejas em solidão percorrido,
Para tudo o que ficou de menina cresça, ande em passos de mulher,
e tudo que cresceu sem a menina...
Ande em passos de pureza.

Nenhum comentário: