terça-feira, 17 de abril de 2012

O pato e o peixe

(À Daniel Ramos)

Uma mesma experiência, num próximo e possível habitat comum... Diferentes relações...


Um com suas impermeáveis penas, mantém a distância, no superficial que se impõe num limite escolhido, livre, sem comprometer-se, sem manter demorado comprometimento com aquele ambiente. Sua missão ali era passageira; como se desfrutasse das facilidades dos movimentos, possibilidades de locomoção, alimentos que ali facilmente se disponibilizariam, enfim... E fim...
Somente o passageiro, o inconstante, como se sua natureza, marcas e formas e anatomia, não estivessem fixadas naquele lugar. 
Fossem acaso, não causa...

Em contraponto, o outro, outra essência, alguém que não só quis estar, mas com adesão incondicional configurou-se no lugar que o envolvia, tornando-se como parte, absolutamente dependente daquele espaço, daquela composição, daquele ambiente que se tornara espaço vital.
Tornou-se um, não poderia experimentar outros possíveis ares, nem tão pouco outro respirar,
A si coube uma e única possibilidade: estar imerso... Corpo, movimento, temperatura, dependentes daquele estado e estar, que se tornava ser.
Um estar...
Outro ser...
Cenas do lago a ser vislumbrado. Do largo a ser lançado...




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