sexta-feira, 25 de março de 2011

Vai, verso!

à Erlison Galvão


Dar novos passos de poesia na terra de tantas canções... Derramando sangue perfumado em outras vidas, viver o vôo contido da andorinha ferida de amor.


Gratidão emocionada, deste meu peito tão livre diante de ti, por ver minh'alma, por mostrar-me as bem aventuranças e curas de que uma amizade santa é capaz de realizar.

Fostes canção, onde em mim melodia triste era entoada, dança, onde as pernas se viam fracas, fostes a interpretação mais real do que é ser livre. Contigo, não preciso repensar o roteiro, não há ensaio em ser eu, onde tu és tu mesmo, na complementaridade de sermos mais àquilo que o Amor nos faz ser...

Noite e lua, dia e passarinho, flor e primavera, deserto e Cristo, cruz e ressurreição, lágrima e palavra, lágrima e silêncio, lápis e caderno, Moysés e Emmir, arte e sensibilidade, distância e amizade, vida e aliança, raizes e constância, verso e prosa.   Em nossas diferenças, tão igualmente humanos, mas tão sedentos do divino, pés na terra, olhar no eterno, que não precisa de traduções e vãs explicações. 

Quero ainda contigo escrever longos roteiros, ir até o Céu e voltar, como sempre me deixastes ser... Arriscar o canto com voz cansada, dar o grito da alma, que sabe onde encontrar repouso.  A dança sem perfeito passo, que é aproveitada em tudo, purificada e transformada. 

Que a poesia entoada, sem rima, sem prosa, sem letras, mas compreendida seja para sempre  poesia, fruto das orações habitadas por lágrimas e sorrisos, questionamentos, silêncio e fidelidade de quem sempre intervém; poesia de quem tem alma artista, sensível, mas  a pele endurecida, daqueles que se deixam cristificar diante das mãos dos homens...

Vai ser ainda mais profundo, intenso no que se vê com olhos de superfície, pois foi assim que conseguistes ir além em mim e em muitos...

 Que o novo seja abraçado pelo inteiro que és, mesmo se quebrado.

  E serás para sempre, meu querido verso. 

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