terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Purificação
Tu és o fogo e as mãos do ouríves
Fogo que transforma, que não detém quando consome as impurezas
Quando dissipas o que não é puro, o que não é límpido,
o que não é Teu...
Perdes tempo no minucioso trabalho, pois acreditas no puro que há alí...
Chama ardente, que de amor não deforma, mas constitui
dá às formas concretude, completude, retira e dá inteireza...
Paradoxo, misto de visível e invisível, de chama ardente explícita
e fogo interior que forma, de dentro para fora
Purificar, purificar-me, purifica, queima, arde, consome...
e não me leva nada... E não toca no cerne... E não altera a essência...
é a chama contínua que transforma e forma
Líquido, límpido, de instância única, cuja pureza está no refletir da face
de seu autor
sem deformações
como um espelho...
Alma pura, capaz de servir-lhe o reflexo, de unir-se à sua imagem
Pois queima! Faça fundir-se em mim por Teu fogo suave tudo o que
ainda não se rendeu à necessária purificação...
Pepita bruta que se deixa envolver pela chama viva,
que reconhece sua imutabilidade diante de sua natureza,
mas possível e irresistível oportunidade de adornar um dia os dedos do Amor...
"Porque Ele é o fogo do Fundidor...
Sentar-se-á para fundir e purificar a prata e o ouro"...
Mal 3
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