quarta-feira, 17 de junho de 2009

Contagem regressiva para dentro de mim

Estava eu chorando em frente ao micro e me veio um monte de coisa em mente, como sempre acontece (devo sempre peneirar as construtivas, as de céu, rs)... Pensei em tudo o que está acontecendo, esse turbilhão aqui dentro, por vezes também um inexplicável silêncio. Ansiedades, alegrias, (não tenho medo, outra graça), mas quando me deparo com o grau de mudança do que minha vida daqui a menos de dois meses viverá, começo a engasgar. Aí, eu escrevo, rs...



É nos cuidados deles, meus amados pais, que me olham diariamente com aquela contida vontade de me embalar, mas sabiamente se mantém ali, na certeza de que nada perderão nessa oferta...

É o abraço do aluno adolescente, entre uma bronca e outra, que com os olhos puros da infância presente que o mundo ainda não conseguiu desviar e que diz: Prof , vou sentir sua falta... (Sempre aquele mal compreendido pela maioria e que encontra em você um porto seguro para contar tudo)...

São os mimos dos amigos que te dão abraços e já ensaiam um 'aurevoir', não imaginando o quanto preciso dos abraços daqui ainda, rs...


Dos irmãos de Comunidade que se balançam ou não com a possibilidade de serem eles os próximos a partir. Das grandes amizades que se construíram alí e que quando param marejam os olhos, só em imaginar o dia da despedida concreta...


A nova primavera que já tá virando outono e levando as folhinhas... Mas o sol vem logo, né?


O que me acalenta é que existe um mar com outras margens... Que se Àquele que me chamou à outra margem me quer ali é porque a Obra Nova terá continuidade, ela nunca se findará, mas esse novo sol será necessário para refazer tantas estruturas...


Quantas vezes vou olhar para o mar com saudade... Quantas vezes vou esperar dele respostas, mas sei que do céu elas virão. Pois dos céu tudo foi e virá a ser...
Enquanto isso, as malas já começo a arrumar, mesmo que o que esteja contido em mim jamais ali caiba, não é matéria é amor, coisas assim, indobráveis.

Um comentário:

Vanessa disse...

Essas estações... as lágrimas ameaçaram sair ao ler-te. Ler a sua vida, ler talvez não a sua alma (seria profundo demais), mas poder analisar a contextualidade de uma vida eleita e totalmente submersa NA VONTADE, sim, aquela: O nosso paraíso, o teu paraíso, o lugar onde o sol brilha com constância.
É um tempo louco, não é? Sei que não compreendo nem um terço do que vives hoje, mas tento imaginar por alguns instantes. O teu "deixar" que deixa partes tão essenciais (em mim especialmente) de ti, visíveis e não visíveis, são sensíveis. Não sei explicar com palavras, parece que demorei para admitir a sua importância em minha vida... sei lá. A saudade já quer apertar agora, mania de sofrer antecipadamente.
Quero estar presente, viu? Quero viver o abraço hoje, adeus no tempo certo, combinado?
Eterna pastora, forma com a vida, com a alegria, autencidade, santidade.

Melhor parar senão... águas vão rolar e não vai ter espaço para outras postagens.

Shalom!