quarta-feira, 6 de maio de 2009

Faces da 'inconstância', a cultura 'transgênica' dos (frutos sem sementes)


Buscando temas, parando por um raro instante resolvi escrever sobre a 'inconstância', em suas diversas faces, enfatizando o tema deste blog, seu oposto...


O mundo prega abertamente a inconstância, a não perseverança, a não busca do que é eterno. Percebo a cada dia a cultura do descartável crescer, ser difundida como lei, com seus padrões vazios que nada acrescentam, em nada contribuem.


Na minha vivência diária como professora de adolescentes, percebo em suas falas, atitudes, conversas, quão vazio é o que se absorve dos meio de comunicação, quão pouco críticos e seletivos vão se tornando aqueles jovens... Como é fácil influenciá-los para o bem e para o mal. Claro que entre um e outro, mesmo tendo todos nascido para amar, para se plenificar no caminho do bem, se inclinam à busca de facilidades, futilidades, nos caminhos aparentemente mais confortáveis, aparentemente menos restritos, mas que lá adiante se percebe como imenso terreno infecundo que gera demasiada fome. Aí está o reflexo! Uma juventude cada dia mais alienada, consumista e pouco produtiva que não se posiciona nem em favor de si, quanto menos do outro.

As músicas não são mais nem audíveis, mas batidas incessantes, com vozes distorcidas que gritam frases pornográficas de fácil assimilação, que vai envenenando crianças, famílias, sem distinção alguma: etária, social... Valores são reconhecidos como cifrões.

Nas casas tudo é muito relativo. Os diálogos não existem nos momentos de novelas e jogos, raros momentos de encontros familiares, quando existe essa instituição. Se perguntar aos meus alunos em cada classe (de em média 40 ou mais), grande porcentagem não vive com pais casados, outra parte relevante mora com avó, parentes e grande, grande maioria nunca viu seu pai, ou tem contato mínimo com ele.


Tudo parte de uma falta de uma estrutura fundamental. Não é culpa puramente do sistema, como sempre se atribuiu, por falas prontas, já temerosos de um aprofundamento no seu humano. É mais fácil mexer com a culpa externa, do que cavar de si as reais chagas do mundo.


Não, não é a falta de Deus, já que Ele está em tudo se dando constantemente, símbolo mor da Constância... É a falta de se viver Deus...


O que é diferente aí?

Viver Deus é ter atitudes mais radicais e determinadas em abominar tudo o que não é Dele, que não leva a Ele. E isso é difícil... Não impossível. A medida que muitos já se determinaram por esse caminho e têm a linda missão de serem esse pontos de luz, essa pequena folha que vai contra a maré.


Acredito que se mais se determinassem a dar um grito contra o relativismo, contra a moda do vazio, a cultura do que passa e nada deixa, só leva nossa dignidade, nosso tempo que poderia ser dispersado em amor, em paz, em frutos com semente, mas até isso a ciência que se julga tão independente de Deus quer mudar. Pronto! Atribuo a esse tempo inconstante o nome de 'Cultura transgênica', onde tudo o que está sendo mexido, remexido pelas mãos do homem têm ganhado uma forma, ou 'deforma'... Frutos sem sementes que facilitam o dia a dia. Até o dia de hoje, pois amanhã não haverá frutos... Fácil assim.


Ser constante é prosseguir, mesmo que a dor venha, mesmo que nada deslumbre os olhos... Ser inconstante é pousar de flor em flor por segundos, sem deixar nem levar nada, ou melhor, deixando novas feridas incuradas em si e nos outros.

Ser constante é optar pelo caminho de cruz, o que dói demais, na mesma intensidade que vai curando... É acreditar numa resposta para alma, que o ouvido por diversas vezes não ouve. É acreditar no eterno, é deixar Deus ser Deus em nós, sem tirar das mãos Dele todo tempo o que confiamos, é amar o mais difícil, é dar passos e tomar decisões que gerem eternidade. Ser constante é viver Deus...


E vou aqui, buscando ser constante, nessa redoma de inconstâncias chamada mundo. Lutando, diria melhor, pois é uma luta que dói. A inconstância bate a porta e se não é ouvida é em nosso peito que ela bate, arranhando nossos olhos, gritando em nossos ouvidos, segurando em nossos pés. Ao ver que não nos atinge diretamente, pois algo que não é de nossa vã humanidade, a impede, ela atinge à nossa volta, os que amamos, os que lutamos para olharem para a constância, nossos jovens, nossa casa. Ela é a voz que hoje escuto, distorcida, em batidas desformes, falas obscenas, mas que não cala em meu peito e nunca calará. Nasci para ser constante.





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