quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Infinitos


Há tempos o ensaio da escrita, a saudade e ao mesmo tempo o priorizar de tanto que tem se anteposto... Não há razão específica para fazê-lo, mas desta vez, lembro-me de Santa Teresa, que viu-se lançada mais pelo pedido de suas irmãs, do que por sua vontade à escrever... Daí as letras de amor, que não se pautam em consolo, mas em oferta...
Um novo tempo, uma nova maturação, que agora beira o determinante. Mesmo que alma sinta-se inflada de expectativas, o corpo ainda acostumado às instâncias delimita os espaços, calcula o tempo, pressupõe as possibilidades. É que muito ainda não dispõe-se às dinâmicas eternas e ainda se esquiva no canto que será arrumado mais tarde, quando o tempo der e der tempo...
As mesmas ânsias, inquietudes, inconsistências e inconstâncias batem à porta, como que lembrando que se leva tudo o que não se. Impulsos que ferem, assustam, súbitos gritos, intensos silêncios, saudades constantes de Deus.
Bate o saudosismo das criações livres, dos inocentes pensares, das simples escolhas. Ao mesmo tempo, da menina sentada na pedra do quintal no fim de tarde, traçando seus sonhos pequenos, mas que transbordavam o portão. A ´tagarelagem´ incompreendida, de um coração cheio de projetos e incontáveis possibilidades.
Quisera poder dizer que quando se aproxima a porta estreita, pouca e consciente é a bagagem que se porta. Quisera acreditar que a cruz é romântica e leito poético. Quisera crer na prontidão da carne a ser ofertada, no silêncio das ofertas. Quisera ser esse um consolo aos que chegam, trazendo suas próprias pedras de quintal, ou sem pedras, sem sonhos, sem si...
Mas feliz quando se compreende que a humanidade permanece inteira em toda sensibilidade, anexa ao ser artista, sem mérito, mas possuidor de todo detalhe...  
Não para se ser digno de pena, no: Pobre coitado... Tanto lhe pesa a cruz... Será que suporta? Está em crise, obras, por um fio...
Oh, fio... Que pode ser denso ou fino tem o mesmo poder de prender,impedir o vôo da pequena e orgulhosa ave...
Essências... Que tanto resistem às adversidades, fogo que brota não se sabe de onde e consome altares aparentemente indestrutíveis. Graça que cerca e tira forças de onde não há mais supiros. Esperança, que está lá no final do horizonte invisível...
Toda guerra uma hora cessa, seja para trégua, seja para contar os danos, seja para aprender a não contar nunca mais e amar. E pronto.

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