sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Uma árvore da cidade

'Quando se via a imensidão
Não se tinha dimensão
Quando se via a solidez que se externava
Não se imagina a inconstância interior
Frágil estrutura, que se balançava na oca estância
Mas foram os galhos que se precipitaram
A força do tempo, a gravidade, o vento.
As raízes não cresceram em concomitância
Quando os galhos tiveram de se estender
Abraçaria o mundo se preciso
Dispunha-se a estar ali
Aqui, acolá
Mesmo que o concreto não lhe desse estabilidade
O suprir que só poderia lhe dar a liberdade
O suprimir foi a inevitável resposta
Os passantes murmuravam
Os veículos lamentados
Triste consequência
De quem não soube ter raízes antes de galhos
Não soube ser, antes de inclinar-se ao fazer
E a natureza gritou
Quando lhe quiseram fazer de concreto...
Mais uma vez ensinou...
Coração a ser de carne'...

Nenhum comentário: