domingo, 25 de abril de 2010

Merci



Parar, no tempo que me é contado, mas o instante permitido
Assim, sem planos, temas, ou algo preparado
Poderia eu falar de experiências, das saudades que me acompanham
mais e mais das primaveras que pintam minh'alma, mas não...

Hoje não...

Só quero e preciso renovar o exercício vital da gratidão
Assim, sem profundas meditações, mas com um olhar raso em minha memória
Olhar o que vejo e O que me vê...




Acho que minhas retinas ainda não são tão gratas
por nessa curta data ter contemplado tantas paisagens,
por haver história em meu peito e por minha mente poder
como num filme sempre em curso registrar,
 guardar em latas de ouro
o que me é mais caro
esses pedaços de vida

Basta lembrar as faces que já contemplei
As histórias vivas que me enchem de bagagens
não pelo peso, mas pela graça de levar o outro por onde passo
As doídas lágrimas que já derramei
Nas mais preciosas ainda que toquei com meus dedos

Quando meu coração foi abraçado
nessa constância do depender do outro
Quando minha dor era florzinha sedenta
diante do deserto do mundo

O olhar pelo que é sacro
que me dá a possibilidade de traduzir àquilo que é santo:
arquitetura, pintura, movimento...
A graça de amar o som das coisas
a graça de canalizar o sensível que me habita
Nessa luta constante, mas de ter a estrada que
pode ordenar meus atalhos

Os amigos, as jóias mais sublimes que possuo
O presente que transforma o oceano Atlântico
num fio d'água

O mar!!!
Ah! O mar...

Poderia eu, assim ainda devagar
sublinhar, pontuar coisas
rasgar, expor mais impressões


Mas não...

Há ainda um barco ancorado nesse porto
que a cada dia me levará à outras margens

A gratidão é o vento impulsionador.

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