domingo, 15 de novembro de 2009

Outono d'Alma



Sim, o outono chegou aqui... Extendo esse aqui ao interior do meu peito, não lugar fisico somente, externo. Aqui.
As folhas caem fora de mim também... Por elas estou aqui (esse aqui externo)...  Penso nos 'Caminhos Pascais', nas "Obras Novas"; penso no sim que vem de muito longe de mim, minha vocação, meu amor eterno, que me ensina essas coisas de estações na carne. Nessa "Exodal Constância"... Pàro então de pensar somente, com exercicios puramente humanos e busco a espiritual via, o sobrenatural que so alcanço na oração. Racionalizar demais poda as folhar erradas...

Hoje o sol irrompeu o frio! Mas não ha mornidão... Chorei, assim por gratidão, tal a beleza dessa estação, que fora e dentro de mim esta se tornando a mais dolorida, mas a mais bela, a mais intensa, a mais constante, como se o humano e o divino se configurassem a cada vento, a cada demonstração severa de poda, de dor e de amor...

Vejo os desafios e jà cessam os conflitos vãos, as censuras da minha falta de liberdade gerada pelos espinhos inflamadores ainda pelo velho sentir, pelo velho pensar, pelo velho agir, que se esconde no profundo de mim, que ao ser vasculhado pelo Amor, ao tentar esconder_se fere ainda mais as entranhas da minha alma.
Mas é necessario que doa.
A santidade é essa veste eficaz para o inverno vindouro, e para que ela porte, terei de ter tecidos novos, jamais esses retalhos velhos que o outono tem feito surgir das minhas gavetas mais profundas.

Enquanto isso, caem folhas,  pisa_se o chão com força para que os estalos delas me lembrem do que não devo sentir falta, fecham_se realmente algumas cortinas, abrem_se outras. E amo, amo, amo, as outras àrvores que me cercam, amo_as com todas suas sequidões e inteirezas, com suas sombras e raizes, com todas tuas historias, lembrando que as mesmas mãos nos plantaram para o amor, para um dia darmos frutos copiosos, cada qual no seu tempo, amo a mim, como criatura cercada de misericordia, que com todos seus galhinhos secos um dia recebeu àgua viva. Amo as folhas verdes, as folhas secas, que outrora luz traziam, mas que podem ainda se tornarem novas, plenas, vivas...

O Amor me sustenta nesse solo, não solo externo assim, fisico somente, mas esse solo desértico dessa Obra levada a termo, desses outonos da alma.



 

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