segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sim ao tempo de Deus


Não permita tempo
Que eu me esqueça do que vivi
Que eu me acomode com a rotina
Que eu não lute mais para amar o difícil
Não venha com essa essência
Ferindo o meu organizar-se
Que eu coloque tudo a frente das vidas
Que me cercam
Que me esperam
Que não verei mais no outro tempo que viverei
Não acelere o sol, deixa ele brilhar mais um pouco
Mesmo que as vezes ele se esconda de mim

Não venha inverter as estações agora
Lembre-se do seu lugar
Criatura, não criador
Vai tempo!
Se preocupe com os casulos ansiosos
Com as palmas vividas que nem te viram passar por seus calos
Não me venha falar de minhas feridas cicatrizadas
Não me impressionam mais
Tua ação não é corrosiva às coisas do peito
Só se eu esquecer quem foi que te criou
Quero rodar com força a engrenagem
Quero vê-la funcionar sem reservas em mim
Nada me pára mais, tempo
Nem tu
Com tuas incontáveis observações
Com tuas imperfeitas perfeições
Pois há medida que amo, o óleo é derramado
A medida que amo tudo volta a impulsionar outras
Engrenagens da alma
Do meu ser integral
Pois sou inteira se amo
Não partes
Não quebras
Amor indiviso
Amor integral
E o tempo
Se amo
Torna-se parte , adereço
Ocupa as gavetas da saudade

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