domingo, 14 de junho de 2009

Outornar





Pelos outonos, onde as folhas doeram para cair.


Pelo ciclo natural do despreendimento, do desapego, de perceber que tudo tem um tempo e sem essa pedagogia os frutos nunca estarão prontos.


A colheita é o último estágio. Não se pode inverter a ordem da graça.


Perceber que os fungos poderiam ser úteis ou nocivos, que só o discernimento os diferenciava. Que é necessário reparar as folhas caídas, mas nunca esquecendo das que precisam se formar, que ainda estão mais próximas do alto.


Zelar pela maturidade constante. Pelos galhos aparentemente verdes, mas que não dão frutos, hoje mais percebidos, mais podados pelas exigências do Amor.


Gratidão aos pés que caminharam em meu peito, despertando-me há cada pisada estalada na folha seca de minhas acomodações.

Pelas folhas que ao cairem desenhavam no ar toda minha história, mostrando as belezes do que vivi, do que me preparou para as outras estações.


Nenhum comentário: