segunda-feira, 30 de março de 2009

Está próximo o fim e o recomeço...


"Quem condenaria o Amor? Condenaria assim também a Paz, a plenitude, para se viver o que passa, para responder aos vazios, para se trilhar um caminho menor. Condená-lo seria querer reviver o velho em mim, ter saudades dos tempos de morte, das lamas que havia em minha alma. Lamas de minha resistência, lamas que paralisam a ousadia, que almejam sucumbir o inflamado Amor que sempre esteve aqui, louco para pulsar, para rasgar as vontades, para se fazer encarnado, vivo. Esqueceria então Daquele que me criou e resgatou do mundo, do reino das trevas. Àquele que tirou-me dos domínios da carne que lavou-me com sangue puro de Amor, suado sorvido. Recusar ser o vaso frágil é esquecer-se das mãos que o moldaram. Essa via! Essa vereda! A que impulsiona a dar o Sim, Pai! Mesmo que em seguida possa ser condenado. Mesmo que o beijo seja de desamor, pois se não for por essa Obra, por essa via, nunca se contemplará em minha vida a felicidade"...


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Essa via estreita do Amor, é a via aberta, pela qual adentramos. Necessário deserto que nos forma nos amadurece, pela essência que é o próprio amor.

É tempo de preparar-se para adentrarmos no Calvário. Nessa dinâmica de subi-lo descendo em nós...

A Obra Nova se deslumbra a cada passo, não na inércia, não no exitar, mas na dor que se configura em Paz, quando a abraçamos. Caminho de e para Plenitude, que só se vive, com coração inflamado. Não existe plenitude em espaços vazios, pois o transbordamento do Amor não comporta resistências.

Abraçar as renúncias de si, os nãos, abraçar tudo com o sim, o mais difícil, abraçar a cruz, abraçar a dor de si, a dor do outro. Gerar caminho de fecundidade, unidade, herança da Trindade.

Um olhar que não se lança puramente com humanidade, mas se vislumbra primeiro com a alma, com essências do Espírito. Olhar sobrenatural que faz da aridez caminho, dos espinhos suportáveis provas, jamais maiores que a plenitude de estar na presença do Amado. Querer se igualar a Ele em seus trajetos, inclusive os mais árduos. Segui-lo com passos concretos, não exitantes, na certeza de que o caminho por Ele já se fez.

Reconciliar-se com o outro, tendo esse ato como missão restauradora, fecunda, impulso para testemunhos maiores. É o testemunho que caminha, que está vivo, que não pára nas fraquezas da humanidade tantas vezes resgatada pelo sangue Daquele que inteiramente se deu para que fossemos um e jamais dispersos pelas navalhas da vontade humana.

Assumimos o corpo, assumimos a alma, assumimos com participação também na divindade do Amado, pois a esponsalidade se dá na inteireza. Desposada está nossa alma, na dor, no amor, no consumir-se, no dar-se...


Enfim, a primeira etapa do deserto está num finito recomeço.


Isso é Ser Shalom...

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