Porque o vento cortante da verdade invade- lhe a carne, penetra-lhe
as artérias das decisões e instala-se no pulsante transformador...
Aprendeu com flores frágeis a não brotar quando é inverno,
mas a arriscar crescer quando é tempo duvidoso, para contradizer o que
desmerece ou desacredita...
Quer gota quando é tempo de sequidão, pois as necessidades deram-lhe
olhar de orvalho, as tribulações de outrora cultivaram em si uma esperança que
não engana...
Pois a menina que temia as profundidades do mar cansou-se de
estar à margem, improvisando o castelo temporário, quando poderia contemplar as
belezas que se perpetuam. Não mais, simplesmente escolher o temor, quando o
salto confiante lhe permearia toda alma... De não mais permanecer em estagnadas
vias quando a contramão lhe faz descobrir o novo, onde a alma pode se
aventurar...
Não mais o silenciar do grito, quando esse vento volta, mas
o cuidado para que não ecoe em vão, ou nesse eco ouça sua própria voz,
neutralizada por outros ventos.
Porque hoje o vento da verdade não lhe corta nada, mas
suavemente irrompe os limites dos seus medos.
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