domingo, 2 de outubro de 2011

Ainda andas...

Que nada roube a essência...
Que o sol escondido não seja ocasião de desespero,
E que no oscilar do fraco facho de luz, não haja ocasião de treva.
Que o grito sufocado não seja razão da desistência  em se  dizer mesmo com batidas que se ama...
Que o tempo não envelheça a jornada, mas a conserve dinâmica e sempre nova, reincidente, insistente, ainda que persistente em enormes vazios...
Que a novidade exista, ainda que não se façam descobertas
Que a chuva renove, ainda que ausente, mas na constante espera por terra úmida
Que o deserto não seja curto, ainda que escaldante, para se lembrar do quanto a espera por água viva é recompensante
Que imprevistos não desnorteiem, para que se abram às possibilidades
Que o amor não se extinga, para que seja plenitude, origem e verdade
Que a fraqueza não seja espelho único, para que com forças nutridas se mirem outros prismas
Que não haja o grito da queda, ou que se prolongue o silêncio da misericórdia...
Ação ou reação? Ação ou reflexão?
Que o todo seja apenas reflexo duma ação Maior...
Que o rápido aos olhos não roube a atenção,
Mesmo que o essencial passe lento, longe do que se concebe,
Do que se mede, do que se contempla...
Que as formas e tamanhos não iludam, pois o pequeno e até invisível pode ser base, alicerce seguro,
Que as respostas não venham prontas, mas consistentes, objetos de busca,
Que o combate não cesse no campo mais confortável,
pois pode ser estratégia dos inimigos para não nos dispormos ao combate maior...
Não acomodar-se no dar-se,
Não iludir-se no suprir-se,
Não pesar no gastar,
Que a medida com que se doa não doa...
Que o olhar para trás não volte atrás,
pois é de estradas seguras, percorridas e seladas que precisam
Os que virão nessas buscas essências.

Nenhum comentário: